"Mais de 46.000 peças despedaçadas do material estão flutuando em cada um quilômetro e meio quadrado de oceano. No Pacífico Central, existem até seis quilos de lixo marinho para cada de plâncton*
Recentemente, a internet foi inundada por uma série de plasticidades. O Greenpeace Internacional denunciou que, no norte do Oceano Pacífico, existem duas manchas flutuantes de plástico. Todos os anos são produzidos por volta de 137 bilhões de quilos do material no mundo. Esse montante possui três destinos: ir para aterros ou lixões, à reciclagem ou ao oceano.
De acordo com o Greenpeace Internacional, a área máxima que o acúmulo do lixo – em sua maioria plástico – atinge no Pacífico é do tamanho do estado americano do Texas. Tanto resíduo seria, em sua maioria, proveniente do continente. O demais é despejado pelos navios e plataformas no mar.
A instituição afirma que essas duas manchas de lixo se formaram devido às correntes marinhas. Elas carregariam esse material, aos poucos, para o centro de dois vórtices – correntes circulares. O movimento circular dos vórtices “prenderiam” o lixo dentro deles. O Pacífico é a maior bacia de água salgada do planeta. O mais extenso e volumoso oceano.
Como funcionam as correntes marinhas
Essa relação se deve entre a densidade da água e a rotação do planeta Terra. De maneira simplificada, a água na linha do equador evapora devido ao calor. Assim, a água do mar fica mais salgada, consequentemente, mais pesada. A pressão que esse peso exerce faz com que se desloque. Ao entrar em contato com águas mais leves, geralmente devido às chuvas, perde força e volta à Linha do Equador.
Independente de onde o lixo estiver no oceano, ele pode causar danos inestimados. Os animais morrerem porque comeram o plástico é um problema mais local. “Pior que isso é a degradação química do material, dos fertilizantes jogados no rio que desembocam no mar ou da tinta usada para pintar o casco do navio”, diz. “A química usada para dar cor ao plástico, por exemplo, pode ser cumulativa nos animais marinhos. Ainda não calculamos o impacto no meio ambiente”, diz Souza.
“A presença do homem no mar pode ser catastrófica”, afirma o pesquisador. Maior exemplo é o aquecimento global que afeta a circulação dessas correntes. Afinal, qual a importância delas? São responsáveis por conservar a energia do planeta, pelo clima em que se vive hoje. Elas levam o calor do Equador para os polos. “A partir disso, a vida nos polos é possível. Sem o sistema de corrente, toda a Europa Ocidental ficaria congelada. A Inglaterra seria tão fria quanto à Sibéria”, explica o oceanógrafo. “E os furacões que atingem a costa dos Estados Unidos mais fortes”, completa.
Além do problema do plástico, há também o lixo atômico acumulado no fundo dos oceanos por causa dos testes nucleares realizados no século passado, principalmente, pela atual Rússia e Estados Unidos. Existe um grande risco da radiação afetar a vida marinha e, inclusive, os seres humanos.